segunda-feira, junho 19, 2006

Som de preto, de favelado....


O jornalista carioca Silvio Essinger escreveu um livro bastante interessante sobre a história do polêmico Fanque Carioca. O livro passeia pela história da black music carioca, seus vários ritmos e momentos. O Funky e R&B nos 70's, Eletro e Miami Bass dos 80's além do movimento Black Rio e como isso tudo se transforma no Fanque Carioca, um gênero de cunho popular que embala mais de 1,5 milhões de carioca a cada noite do final de semana. O livro "Batidão, uma História do Funk" não tem a pretensão ser uma obra antropofilosófico como o antecessor do gênero, escrito pelo antropólogo Hermano Viana, padrinho e defensor do Fanque, e irmão de Hebert Viana (este que acabou colaborando de forma determinante no desenvolvimento do gênero, involuntariamente ou não). É um livro jornalístico. O empenho do autor acaba levando a uma radiografia da miséria e da criatividade brasileira, e por aí acaba atingindo o cunho antropológico. É do tipo de literatura despreocupada, assim como o objeto de explanação do livro, mas nem por isso menos incisivo. O livro aborda as vertentes do Fanque Carioca, onde começa sua derivação do Miami Bass e porque isso ocorreu. Tudo isso através de entrevista feitas com vários Mc's, produtores e empresários do ramo. Este mosaico acaba numa radiografia interessante de cotidianos, história e estrutura dos bailes e suas equipes de som. O livro - assim como o de Claudia Assef “Todo o dj já sambou”-, é um grande serviço a história dos DJ’s no Brasil. Deixa o preconceito de lado e vá buscar o seu.

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