segunda-feira, julho 17, 2006

Babel


Babel não era o tipo de local que se encontra em qualquer esquina, embora, cada aldeia tenha a sua com suas devidas peculiaridades e proporções. Também não era qualquer lancheria, era ainda espelunca, boteco, restaurante francês, fast food... Um tudo em um, o legítimo bombril, já que atendia das madames aos mendigos do bairro. Seu prato especial era uma feijoada servida de segunda a segunda, cujo segredo estava no tempero muito local, composto por um copo de boêmios, uma pitada de gays, duas xícaras de estudantes, dez artistas, um balde de pretensos e intelectuais bem misturados, uma pitada de motoristas de táxi, outra de traficantes e comerciantes em geral, molho secreto a base de preço e cerveja a gosto...Seus atendentes japoneses atendiam em russo, javanês e num dialeto obscuro de uma colônia italiana. Local de discussões acirradas, como a que presenciei sobre a importância das meias do Pinda nos novos rumos da escola de Frankfurt. Não havia como não sentir se em casa: ser tratado pelo nome e ter suas preferências lembradas por todos os garçons, tudo isso regado a muita humanidade, fazendo valer a pena estar lá, até mesmo quando um deles mais saidinho resolvia flertar sua namorada. Babel bem poderia ser a sala da corte de Sherazard, de tantas histórias que por lá circulavam.

6 comentários:

Anônimo disse...

Mestre, li tudo que foi postado até agora. Eu não tinha essa cultura de ler blogs, acho que por preconceito mesmo, mas de uns tempos pra cá venho dando valor a esse tipo de expressão. Notei que nos primeiros tu estavas meio travado, mas agora as palavras já irrompem facilmente, com ímpeto. Sabes que sempre gostei da tua opinião, por isso este é um blog que passarei, à partir de hoje, a acompanhar com freqüência.
Abraço do Fred

Anônimo disse...

Caro
Apesar de não gostar de ler através da telinha. Li todos os teus posts. Confesso que me surprendi com a qualidade dos teus textos. São inteligentes e bem construidos. A partir de agora teu blog integra o meu cotidiano de leituras.
Abraço Paulo Wayne

[ paulo scott ] disse...

já está lincado no sanduíche; ab.

Anônimo disse...

Vamô atualizaáááá!

Anônimo disse...

Tá na hora de atualizar esse blog!!! Venho aqui todos os dias louca pra ler mais e não encontro nada. Atualiza aí, vai.

Anônimo disse...

Oi querido! saudades daqueles tempos e de nós juntos.
Cada um foi cuidar de suas coisas e o tempo passa voando, a casinha continua aqui, recebendo agora aos domingos e tu tens cadeira cativa.
O BatMacumba é muito bom de ler, palavras de Kafu, nosso mestre.
Venha nos ver...
Beijos p ti, João e Amelie
Terezinha